sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Edemias de Aracaju cobra seus direitos ao município.


Agentes Comunitários e de Endemias podem parar em setembro
Sindicato da categoria denuncia que os servidores enfrentam péssimas condições para trabalhar e cobram uma posição da Prefeitura Municipal de Aracaju
03/08/2011 - 18:15

Agentes dizem que o trabalho exige um esforço 'sobrenatural' (Foto Ilustrativa/Arquivo Infonet)
Os agentes comunitários e de endemias do Município de Aracaju podem paralisar as atividades a partir de setembro. O indicativo foi dado pelo sindicato da categoria, que desde fevereiro, de acordo com a presidente Elenildes Gomes, aguarda uma posição da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) quanto à melhoria das condições de trabalho.

Ela denuncia que os servidores não têm nem mesmo uma farda para trabalhar. Alguns amenizam a situação comprando material do próprio bolso, para não prejudicar o atendimento à população. “O esforço que estamos fazendo é sobrenatural. Todos comentam, agora, do risco de dengue, mas não se lembram dos trabalhadores. Estamos há três anos sem farda, usando camisas de campanhas, improvisando no material. Nem crachá nós possuímos”, diz a sindicalista.

Até mesmo as visitas às residências estão sendo prejudicadas, pois em vários casos o cidadão não confia quando o agente se identifica apenas verbalmente. “Vou trabalhar com roupas comuns, que uso no dia-a-dia, e nem sempre sou bem recebida. As pessoas desconfiam e às vezes nem abrem a porta.
Diretoria do sindicato vai visitar unidades de saúde para comprovar situação (Fotos: Portal Infonet)
Já tivemos um colega que teve uma arma apontada para a cabeça por um policial, que não acreditou que ele era agente de endemias”, relata a secretária do sindicato e agente comunitária Leonarda Lima.

Já o tesoureiro da entidade e agente de endemias Vinícius Ribeiro diz que a categoria está revoltada com a situação. Muitos alegam sofrer assédio moral por reclamarem das más condições de trabalho e são pressionados a cumprir metas, mesmo sem o Município cumprir com suas obrigações. “Alguns diretores ameaçam marcar falta para o agente que reclamar. Cobram muito de nós, mas não nos ofertam nada, nem o básico. O trabalho do agente comunitário complementa o de endemias. Até porque não trabalhamos apenas na prevenção da dengue, há outras doenças a serem combatidas”, acrescenta.
Unidades de Saúde

Uma comitiva do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate a Endemias do Município de Aracaju visitará as 44 Unidades de Saúde da Família (USF) até o final deste mês para ter um panorama de todos os servidores. A presidente da instituição revela que até o momento, nas primeiras 15 unidades visitadas, o desconforto é geral. “Em fevereiro o secretário Silvio Santos nos pediu um mês para resolver a situação, mas cansamos de esperar. Já estamos sem saber que explicação dar à categoria, que insiste por respostas”, lamenta.
Categoria diz que secretário prometeu resolver a situação em fevereiro (Fotos: Arquivo Infonet)
Embora não tenham mencionado questões de cunho salarial, Elenildes Gomes revela que outra resposta que os agentes aguardam e não recebem refere-se ao pagamento da insalubridade. A gratificação existia quando eles eram funcionários terceirizados, mas depois que se tornaram servidores efetivos, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) deixou de pagar. “Queremos entender essa perda, porque não temos condições de entender o que aconteceu. Aracaju é a única capital que não paga”, ironiza a sindicalista.

“Vamos continuar visitando as unidades para comprovar na prática a dificuldade. A situação não é péssima, ultrapassa isso”, critica. “Se pararmos, o impacto vai ser grande, porque nosso trabalho é diário e contínuo”, adverte Elenildes Gomes.
Secretaria
Através da Assessoria de Comunicação a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que "todo o processo de compra de equipamentos já foi licitado, empenhado e comprado. A empresa tem 30 dias para a entrega". Com relação à insalubridade, a SMS informa que "há um parecer da Procuradoria Geral do Município contrária ao pagamento".
Por Diógenes de Souza

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